segunda-feira, 10 de agosto de 2015

DEPOIS DOS VENTOS

Eu ainda não sei exatamente o que querem fazer com meu país? Mas sei que não é nada bom. Próximo ao meu nascimento, na sombra e ardilosamente, se arquitetava um Golpe de Estado, foi tão ordinário e ao mesmo tempo cruel que, passei parte de minha vida, de alguma forma, lesado em vários direitos, inclusive, o de escolher um presidente. Coincidentemente as mesmas vozes que se movimentaram em 1964 e anos anteriores para mergulhar o país numa terrível ditadura cujos reflexos ainda são sentidos nas instituições, com o mesmo objetivo. Essas vozes tiveram a sua recompensa durante os anos de chumbo. As comunicações em qualquer situação é um poderoso instrumento de manipulação e controle e o regime de exceção foi pródigo em legar aos seus séquitos rádios e televisão. A defesa do quanto pior melhor não é de graça. Observe que setores estão faturando com a “crise”, que afinal eu nasci, cresci e já vou avançando na idade, sempre ouvindo falar dela. Então é assim. Vamos usar uma parábola para explicar. Teve um tempo que se plantou muito, colheu muito e o lucro da atividade foi compensador, seguiram-se outros mas, um determinado ano a chuva não veio e a produção caiu, os custos se mantiveram e atividade não era capaz de dar a resposta esperada. A situação do Brasil é essa. Algumas atividades ou setores tiveram ao longo de anos um lucro bastante significativo e ocorreu o saturamento do mercado, por vários fatores, preço ou redução da demanda mas, isso não significa que outras não venham tendo êxito. Quando o dólar sobe favorece aos exportadores, que estão calados enquanto lucram. Assim também é o turismo interno. Ninguém mais quer viajar a Miami e Orlando para fazer compras, isso beneficia o mercado local. Nacionalistas somos nós, que trabalhamos, produzimos e consumimos produtos e serviços brasileiros e não precisamos se pintar de verde-amarelo.  Outro setor em franca ebulição é o de confecção de outdoors que, geralmente a época de campanhas tem um crescimento e uma estagnação nos demais anos. A indústria, por exemplo, nunca vendeu tantas panelas. A grande maioria para servir para o cozimento de alimentos e uma parcela representante das elites ou cooptadas por elas, utiliza como artefato para recreação. Anterior aos anos de chumbo, ventos do Caribe sopravam sobre a América. Tio Sam, sempre democrático, financiou e ajudou a derrubar vários governos eleitos pelo povo e colocar uma ditadura servil. Interessava naquele momento o domínio geográfico, essencial para fazer frente a então União Soviética. Agora os tempos são outros, o interesse também. O que se luta é pelo domínio de mercados consumidores. O Brasil é um grande mercado consumidor. Esse é o interesse que patrocina a tentativa contra as instituições democráticas. Sejamos claros, ninguém lá fora está interessado em ter um Brasil competitivo, consumindo produtos nacionais e exportando, por isso, o crescimento da economia brasileira passou a preocupar países tipicamente exportadores e com o seu mercado interno saturado.  Ah! Mas tem quebradeira. Naturalmente, poucos anos atrás, os Estados Unidos tiveram um boom imobiliário e isso não levou a campanhas para derrubar governo. O tempo passou e a economia deu a resposta mais óbvia, que qualquer capitalista sabe: as oscilações não são eternas. Um reparo aqui outro ali, em qualquer casa, sempre dá a impressão de um descalabro, imagine em um país. É preciso ter calma e não aderir ao discurso fácil da mudança a qualquer custo, pois isso pode levar, todos nós a não ter condições de pagar esse custo